26 dezembro 2008

# Um pouco mais

Esta não é a minha quadra, por isso tenho tendência a afastar-me um pouco nesta altura do ano.
Tenho vagas memórias, de até os meus 5 anos, de como era o meu natal.
Na altura, o meu avô materno ainda estava vivo. O espírito era bem diferente.
Com ele os natais eram natais de verdade...
A família ficava junta e unida. A cozinha era o quartel general.
Era daquelas cozinhas antigas... lembro-me de existir uma grande lareira ao canto da cozinha, onde uma vez o meu avô tentou fazer-nos uma surpresa ao enfiar um saco de prendas pela chaminé... a ideia era boa, não fosse o saco ficar lá preso.
Junto à lareira ficava a árvore de natal... e cada uma das crianças pendurava a sua meia de natal na lareira.
Na cozinha havia uma enorme mesa de madeira, daquelas com os bancos corridos em ambos os lados.
Lembro-me que a minha avó, mãe e tias, tratavam da culinária com imensa satisfação e alegria. Não faltava nada!
Eram doces e mais doces... tradicionais e não só. tudo era feito ali, na grande bancada que ocupava quase uma das paredes da cozinha.

Fechando os olhos, recordo-me de ver a família ali.. junta. Unida.
O espírito de natal existia.
Nós, crianças, brincávamos na rua. Jogávamos à bola, corríamos pelo terreno da quinta... tentávamos descobrir o que estaria na nossa meia... coisa que só iríamos ver à meia noite.. nunca o Pai Natal passava antes.

O meu avô era uma pessoa que não tinha por hábito sorrir muito. Pelo menos foi com essa ideia que eu fiquei. Faleceu ainda eu era novo.
Mas mesmo não sorrindo, o espírito de natal existia por ele. As coisas não poderiam ser de outra forma... acho que ele não ia permitir.
O sentido de família era algo que ele dava muito valor. A família, a honra e o valor da palavra de uma pessoa. Creio que eram os valores que ele mais estimava e cultivava.
Quando faleceu o natal simplesmente acabou.
A família deixou de se juntar... de se reunir no quartel general.

Guardo com saudades esse tempo... deixou de ter significado esta quadra.
Hoje tento esforçar-me por passar esses valores e esse espírito ao meu filho, mas é difícil.
A família não se junta, os tempos são outros... A família somos nós 3.
Não consigo trazer para o presente aquilo que vivi no passado.
A minha satisfação este ano passou por tentar criar sorrisos naqueles que me são próximos.

Esforço-me por gostar e viver o natal, mas ainda não consigo.
Vai sendo aos poucos... Vêm muitas coisas à memória nesta altura...

Mas este ano já gostei um pouco mais...

19 dezembro 2008

# O BTT e a Felicidade

António Malvar dispensa apresentações no mundo do BTT, sendo um dos gurus desta modalidade.
De qualquer forma, e mesmo para aqueles que não sentem empatia por este desporto, penso que este seu discurso pode ser inserido em outra qualquer modalidade.
É, acima de tudo, um discurso e uma expressão sobre a sua forma de estar na vida.

Vale a pena ouvir...




16 dezembro 2008

# Sempre Ausente

António Variações - Sempre Ausente

Diz-me que solidão é essa
Que te põe a falar sozinho
Diz-me que conversa
Estás a ter contigo

Diz-me que desprezo é esse
Que não olhas para quem quer que seja

Ou pensas que não existe
Ninguém que te veja

Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos

Lá vai o maluco
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

Diz-me que loucura é essa
Que te veste de fantasia
Diz-me que te liberta
De vida fazia

Diz-me que distância é essa
Que levas no teu olhar
Que ânsia e que pressa
Que queres alcançar

Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos

Lá vai o maluco
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

Mas eu estou sempre ausente e não me conseguem alcançar
Não me conseguem alcançar





nota: Fotografia de Olhares.Com "Promessas junto ao mar" - Paulo A.

13 dezembro 2008

# A Vida é feita de ciclos

A Vida é feita de ciclos.
Ciclos que terminam em troca de outros que se iniciam.
A nossa experiência e riqueza como pessoas, provêm da aprendizagem e do que retiramos de cada ciclo.

Hoje acordei e passei a manhã na preguiça.
A vontade do corpo foi superior à vontade da mente.
A cada vez que tentava abrir os olhos e sair da cama, o corpo pedia só mais 5 minutos... e isto durou algumas horas.
Ainda estava nesta luta quando o telefone tocou...
Más notícias... não sendo uma pessoa do meu grupo de amizades, tive a notícia do falecimento do Hugo. Na casa dos 30's, o seu desleixo em guardar sempre para o dia seguinte a ida a um hospital, foi-lhe fatal. Problemas pulmonares...
Um ciclo que termina aqui... para a família, amigos e namorada.

Já passavam das 16horas, telefone volta a tocar...
Boas notícias... o meu amigo Miguel acaba de dar-me a notícia do nascimento do seu filho.
É um amigo do tempo da adolescência... companheiros de escola, sempre presentes nas decisões um do outro, que nos fizeram ser nas pessoas que hoje somos.
A sua felicidade sentia-se na fala... e como eu tão bem o compreendo.
Um novo ciclo começa... para ele, para eles como casal e para uma nova vida que acabou de chegar.

Esta é das poucas certezas que temos...
Um dia quando partirmos, outros ciclos começam nesse momento para alguém.

nota: Fotografia retirada da Internet

12 dezembro 2008

# Uma pausa no espaço e no tempo

Espero com ansiedade o final deste dia.

Estou cansado...
Quero e preciso recarregar as baterias.
Físicas e emocionais...

Fecho os olhos...
Transporto-me para algures junto ao mar.
Um termo de cacau quente onde aqueço as mãos.

Sinto o vento tocar-me na face... está frio... mantém-me preso na realidade.
Estou vivo... sozinho mas não só.

Fecho novamente os olhos e saboreio um pouco mais deste momento...
Respiro fundo... sinto-me leve...
Liberto-me de pensamentos, do meu corpo.

Escuto o silêncio... nada do que está em volta me perturba...

Respiro fundo... e regresso a mim.
Encho o peito de oxigénio.
Suspiro...
Ganho forças para o restante tempo que falta.




11 dezembro 2008

# Foi há 60 anos

Não é demais fazermos referência a datas e dados importantes.
Por isso, eu também faço um destaque para a celebração no dia de hoje, dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

A Declaração foi redigida pela Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 10 de Dezembro de 1948, por uma comissão presidida por Eleanor Roosevelt.
Uma luta que continua a ser travada dia após dia, onde infelizmente ainda se assiste a constantes violações dos Direitos Humanos...

"Em 1948, a urgência era ainda de reconhecer a cada um o direito de existir. Hoje, o grande desafio é vivermos todos juntos." - Adelina von Fürstenberg, presidente da Art for the World, organização associada ao Departamento de Informações Públicas da ONU.

Penso que esta frase reflecte na perfeição a actualidade...


Também o músico John Lennon, antes de ser assassinado a 8 de Dezembro de 1980, deixou-nos este lendário hino à Paz e à Vida em harmonia por si imaginada.




nota: Fotografia retirada da Internet

10 dezembro 2008

# Hoje cheguei tarde

Hoje cheguei tarde...
Questões profissionais de última hora assim o obrigaram.
Não gosto de alterar o meu dia-a-dia em cima do joelho.
tornei-me fiel adepto da rotina e de ter a vida organizada por mim, a meu jeito... ao nosso jeito.

Olhando para trás, vejo que o tempo me mudou... que eu mudei.
Se altero os meus passos, perco-me. O dia deixa de ter o mesmo sabor e eu não sei existir assim.
Mas nesta estranha teia de pensamentos que se apoderam de mim, sinto também que é neste sentimento de vazio que mais vos sinto em mim.
Preciso de vocês.. da nossa rotina... dos dias, que são os nossos dias. Das horas, que são as nossas horas...

hoje cheguei tarde...
Está frio lá fora... o vosso sorriso e braços abertos aqueceram-me e trouxeram-me de volta ao dia que já chegou ao fim...

nota: Fotografia de Olhares.com "Nenufar" - Benjamim vieira

09 dezembro 2008

# A minha escolha

Porque vivemos em democracia...
A equipa Blogs do Sapo lançou um desafio para a escolha da melhor canção de amor de sempre.
Desafio difícil, ou até mesmo impossível, mas como gosto de desafios, vou tentar eleger a minha.

Há muitas músicas pelas quais o meu coração acelera quando as ouço. Pelos mais diversos motivos também... sejam sonhos, promessas, sentimentos... certo é que existem músicas que as sentimos como sendo apenas nossas, feitas por nós ou para nós....
Pedro Abrunhosa, mestre das palavras... Tracy Chapman, a voz que me apaixona.... Enrique Iglesias & Whitney Houston... com a música que me lembra a cara metade...

O amor é algo para o qual cada um de nós tem a sua definição... mas todos concordamos que o amor é algo que envolve a alma...
Por isso a minha escolha vai para alguém que canta com a alma como poucos o fazem...





nota: Fotografia retirada da Internet

08 dezembro 2008

# O início

Tudo tem o seu seu início e aqui lanço lanço as primeiras palavras no vasto oceano que é a blogosfera.

Sou persistente e agrada-me a ideia de ver nascer, criar e manter um projecto. Neste caso, um blogue... o meu blogue.
Espaço este, de partilha, de desabafo e confissão. Um espaço para comunicar com o mundo e com ninguém.

Lanço as palavras e espero que a maré as leve tão longe quanto possível...
De retorno espero apenas respeito... nada mais de quem as possa ler.

nota: Fotografia retirada da Internet / Banner do Blog: Olhares.com "Por do Sol em P&B" - José Canelas
 

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